POEMA
LAGOA DO PIATÓ
banhada pelo Rio Açu, de um vento frio à me aquecer.
O canto dos passarinhos ouvia, era lindo o sabiá.
Como podes tu, lagoa, na secura te afogar?
Eis a seca braba, câncer lento a te matar;
toda é a nossa culpa, queira nós o crime pagar.
Ao sujar, te poluímos sem medida e cumprimento,
e da chuva, privação, este é o merecimento.
Quem eras tu e quem tu és, minha lagoa?
Do verde e de ramados carnaubais, te assinalava.
Tu, que alimentaste tantos quantos pescadores, hoje
deixa a mendigar a quem padece em suas dores.
Mas do céu, fazei chover, Jesus Cristo e São João.
Vede a dor deste teu povo, que não tem água e nem pão,
pois o que era o seu sustento se tornou foi um tormento, brasa, poeira e carvão. (SILVA, p.43, 2016)
Por: SOÁ Ferreira
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